Discurso no debate geral da 70ª sessão da Assembleia Geral da ONU

Trabalhar juntos de benefício mútuo e uma comunidade de destino comum para a humanidade

2015-11-30 14:25:56来源:海外网 分享:
字号:
摘要:Nova Iorque, 28 de setembro de 2015

Xi Jinping, presidente da República Popular da China

Senhor presidente,

Estimados colegas,

Há setenta anos, nossos antepassados lutaram heroicamente e obtiveram a vitória na Guerra Mundial Antifascista, encerrando uma página obscura nos anais da História humana. Trata-se de uma vitória arduamente conquistada.

Setenta anos atrás, nossos antepassados com antevisão e clarividência estabeleceram as Nações Unidas, organização internacional que possui a maior universalidade, representatividade e autoridade, trazendo para a humanidade uma nova esperança para o futuro e abrindo uma nova era de cooperação. Esse feito foi uma proeza sem precedentes.

Também há setenta anos, os nossos antepassados, unindo a sabedoria de todas as partes, formularam a Carta da ONU, lançaram os pilares fundamentais da ordem internacional moderna e criaram as normas básicas que regem as relações internacionais contemporâneas. Isso foi uma conquista de influências duradouras e profundas.

Senhor presidente,

Estimados colegas,

No dia 3 de setembro, o povo chinês, juntamente com os demais povos do mundo, comemorou solenemente o 70º aniversário da vitória na Guerra de Resistência do Povo Chinês contra a Agressão Japonesa e na Guerra Mundial Antifascista. Como principal frente de batalha no Oriente, a China fez um enorme sacrifício, sofrendo 35 milhões de baixas e resistindo às principais forças militaristas japonesas, o que não somente salvou o país e a nação, mas também significou um grande apoio às forças de resistência nas frentes da Europa e do Pacífico, dando contribuições históricas à vitória na Guerra Mundial Antifascista.

A História é um espelho. Quem sabe tirar lições da História pode evitar repetir erros do passado. Devemos observar a História com reverência e através do prisma da consciência humana. Não podemos mudar a História, mas podemos moldar o futuro. Relembramos a História não para nutrir rancores, mas sim para tirar lições em conjunto. Transmitimos a História não para ficarmos presos ao passado, mas sim para construir um futuro melhor e passar a chama da paz de geração em geração.

Senhor presidente,

Estimados colegas,

Nestes setenta anos, a Organização das Nações Unidas passou por diversas intempéries, testemunhou os esforços realizados por todos os países para defender a paz, construir seus próprios lares e buscar a cooperação. Tendo atingido um novo patamar histórico, as Nações Unidas precisam pensar com profundidade em como responder melhor a questão central relacionada à paz mundial e ao desenvolvimento no século 21.

O mundo de hoje está passando por um processo histórico de acelerada evolução. O sol da paz, do desenvolvimento e do progresso é poderoso o suficiente para dissipar as neblinas da guerra, da pobreza e do atraso. O movimento em direção a um mundo multipolar e a ascensão dos mercados emergentes e dos países em desenvolvimento se tornaram uma tendência irresistível da História. A globalização econômica e o advento da informatização libertaram e promoveram enormemente as forças produtivas sociais, criando oportunidades de desenvolvimento sem precedentes e, ao mesmo tempo, originando novas ameaças e desafios que precisamos enfrentar seriamente.

Como um antigo ditado chinês diz, “quando se aplicam as melhores normas de governança, o mundo pertencerá a todos.” Paz, desenvolvimento, equidade, justiça, democracia e liberdade são valores comuns de toda a humanidade e nobres objetivos das Nações Unidas. Estes objetivos ainda estão longe de serem atingidos, portanto precisamos persistir em nossos esforços. No mundo de hoje, todos os países são interdependentes e compartilham a mesma sorte e as mesmas adversidades. Devemos continuar a dar um maior esplendor aos propósitos e princípios da Carta da ONU, construir um novo modelo de relações internacionais centralizadas na cooperação de benefício mútuo e criar uma comunidade de destino comum da humanidade. Para atingir estas metas, precisamos direcionar os nossos esforços com a seguinte perspectiva:

—Nós devemos construir as parcerias onde os países se tratem como iguais, realizem consultas mútuas e demonstrem compreensão entre si. A Carta da ONU inclui os princípios de soberania e igualdade. O futuro e o destino do mundo têm de ser decididos conjuntamente por todos os países. Todos os países são iguais. Os grandes, os poderosos e os ricos não devem agredir os pequenos, os fracos e os pobres. O princípio de soberania não se limita apenas à noção de que a soberania e a integridade territorial de todos os países são invioláveis e os assuntos internos não devem sofrer a intervenção estrangeira, mas também implica a defesa do direito de todos os países na escolha de seu próprio sistema social e de seu próprio caminho para o desenvolvimento, bem como o respeito às práticas efetuadas por todos os países na promoção do desenvolvimento socioeconômico e na melhoria dos padrões de vida de seus povos.

Nós devemos nos comprometer com o multilateralismo e rejeitar o unilateralismo; adotar o novo conceito de cooperação de benefício mútuo, de benefício múltiplo e de benefício comum e abandonar os pensamentos ultrapassados de que o ganho de um lado representa a perda do outro ou de que o vencedor leva tudo. A consulta é uma forma importante de democracia e deve ser também um importante meio para a governança internacional. Devemos resolver as disputas por via de diálogo e eliminar as divergências através das consultas. Também devemos estabelecer as parcerias globais a níveis regional e internacional e seguir um novo caminho de relações entre os países, que se caracteriza pelo diálogo, ao invés do confronto, e pela procura de parcerias, em vez de alianças. Os grandes países devem adotar, nos seus relacionamentos, os princípios do não conflito, não confronto, respeito mútuo e cooperação de benefício mútuo. Ao mesmo tempo, as grandes e pequenas nações devem tratar-se como iguais e aplicar uma abordagem ética entre a justiça e os seus interesses, colocando a justiça sempre à frente dos interesses.

—Nós devemos estabelecer um quadro de segurança caracterizado pela equidade e justiça, construção conjunta e compartilhamento comum. Na época de globalização econômica, a segurança de todos os países está interligada e afeta a todos. Ninguém poderá alcançar a sua segurança absoluta apenas com o seu próprio esforço e muito menos conseguir a estabilidade aproveitando-se das turbulências dos outros. A lei da selva não deve ser o princípio para reger o relacionamento entre os países. O abuso da força armada, conduta de hegemonismo, é o mesmo de levantar uma pedra para depois deixá-la cair sobre os próprios pés.

Nós devemos descartar todas as formas da mentalidade da Guerra Fria, adotar uma nova concepção de segurança comum, integral, cooperativa e sustentável. Devemos apoiar plenamente o papel central da Organização das Nações Unidas e do seu Conselho de Segurança na solução de conflitos e na manutenção da paz, transformando a hostilidade em amizade, mediante a solução pacífica e a ação coerciva. Devemos impulsionar o avanço simultâneo da cooperação internacional tanto na área econômica quanto na social, enfrentando de maneira coordenada as ameaças de segurança tradicionais e não tradicionais e prevenindo possíveis focos de conflitos e guerras.

—Nós devemos buscar uma perspectiva de desenvolvimento aberto, inovador e inclusivo que beneficie todos. A crise financeira internacional de 2008 nos ensinou que permitir ao capital a busca cega de lucros irá resultar em mais crises, e que a prosperidade global não pode ser construída sobre a fraca fundação de um mercado sem restrições morais. A crescente disparidade entre ricos e pobres é insustentável e contraria os princípios de equidade e justiça. É importante que usemos tanto a “mão invisível” quanto a “mão visível” para formar uma sinergia entre as forças do mercado e as funções do governo, criando um quadro regulador de justiça e eficiência.

Só o desenvolvimento conjunto de todos é o desenvolvimento no sentido verdadeiro e só o desenvolvimento sustentável faz sentido. E tal tipo de desenvolvimento se baseia no espírito de abertura, ajuda mútua e cooperação de benefício recíproco. No mundo de hoje, quase 800 milhões de pessoas ainda vivem na pobreza extrema, anualmente quase seis milhões de crianças morrem antes de completar seus cinco anos de idade e quase 60 milhões de crianças não recebem educação. A recém-concluída Cúpula da ONU sobre o Desenvolvimento Sustentável adotou a Agenda para o Desenvolvimento Pós-2015. Temos de pôr em ação nossos compromissos e trabalhar juntos em busca de perspectivas brilhantes, garantindo que todos fiquem livres da escassez, tenham acesso ao desenvolvimento e gozem da dignidade.

—Nós devemos reforçar o intercâmbio entre civilizações buscando a harmonia na diversidade e o aprendizado mútuo. A diversidade das civilizações humanas confere ao mundo uma riqueza de cores. Ela fomenta os intercâmbios e estes produzem a integração que torna o progresso possível.

A coexistência das civilizações baseia-se no espírito de harmonia na diversidade. Somente com o respeito mútuo, o aprendizado mútuo e a coexistência harmoniosa, o mundo pode manter sua diversidade e prosperar. As diferentes civilizações cristalizam respectivamente as sabedorias e as contribuições de diferentes nações e nenhuma delas é superior às outras. Diferentes civilizações devem manter diálogos e intercâmbios ao invés de tentar excluir ou substituir umas às outras. A História da humanidade é um grandioso processo de intercâmbio mútuo, de aprendizado mútuo e de integração entre diferentes civilizações. Devemos respeitar todas as civilizações, tratar-nos como iguais, aprendermos uns com os outros, bem como assimilar os pontos fortes de cada um para conquistar o desenvolvimento criativo da civilização humana.

—Nós devemos construir um ecossistema que prioriza a Natureza e o desenvolvimento ecológico. Os seres humanos podem utilizar a Natureza e transformá-la, mas serão sempre parte da Natureza, tendo de cuidá-la, ao invés de se colocar acima da mesma. Devemos resolver da melhor maneira a contradição que a civilização industrial nos coloca, buscando a harmonia entre os seres humanos e a Natureza e tornando realidade o desenvolvimento sustentável do mundo e o desenvolvimento geral da humanidade.

A construção de uma ecocivilização concerne ao futuro da humanidade. Todos os membros da comunidade internacional devem trabalhar juntos para a construção da ecocivilização global. Devemos estabelecer o conceito de respeito à Natureza, adaptar-nos a ela e protegê-la e seguir firmemente um caminho de desenvolvimento sustentável, verde, circular e de baixa emissão de carbono. Neste aspecto, a China assumirá sua responsabilidade e continuará dando suas contribuições. Ao mesmo tempo, também conclamamos os países desenvolvidos a cumprir suas responsabilidades históricas, a honrar seus compromissos de redução de suas emissões e de ajudar os países em desenvolvimento a abrandar as mudanças climáticas e se adaptar a elas.

Senhor presidente,

Estimados colegas,

Mais de 1,3 bilhão de chineses estão empenhando-se em realizar o sonho da grande revitalização da nação chinesa. O sonho do povo chinês está intimamente conectado com os sonhos dos demais povos do mundo. Não podemos realizar nosso sonho sem um ambiente pacífico internacional, uma ordem internacional estável e a compreensão, apoio e ajuda do resto do mundo. A realização do sonho chinês trará mais oportunidades para outros países e contribuirá para a paz e o desenvolvimento de todo o mundo.

A China será sempre um construtor da paz mundial e seguirá firmemente o caminho de desenvolvimento pacífico. Não importa como evoluirá o cenário internacional e quão forte nos tornemos, jamais buscaremos a hegemonia, a expansão ou esferas de influência.

A China será sempre um contribuinte para o desenvolvimento global, seguirá o caminho do desenvolvimento comum e aplicará a estratégia de abertura e de cooperação de benefício mútuo e ganhos compartilhados. Estamos prontos para compartilhar nossas experiências e oportunidades de desenvolvimento com outros países e os convidamos para que embarquem no trem expresso do nosso desenvolvimento para que todos nós possamos alcançar um desenvolvimento comum.

A China será sempre um defensor da ordem internacional e continuará seguindo o caminho de desenvolvimento através da cooperação. A China, primeiro país que assinou a Carta da ONU, continuará a defender a ordem e o sistema internacionais conforme os propósitos e princípios da Carta da ONU; permanecerá ao lado dos demais países em desenvolvimento, apoiando firmemente o aumento da representação e da voz desses países no sistema de governança internacional, em especial, dos países africanos. O voto da China nas Nações Unidas sempre pertencerá aos países em desenvolvimento.

Gostaria de anunciar que a China decidiu estabelecer um Fundo de Paz e Desenvolvimento China-ONU por dez anos, no valor de US$1 bilhão, para apoiar os trabalhos da ONU, promover a cooperação multilateral e fazer uma nova contribuição para a paz e o desenvolvimento mundiais.

Gostaria de anunciar que a China aderirá ao novo mecanismo de prontidão para a manutenção da paz das Nações Unidas e tomará a iniciativa de criar um esquadrão policial permanente de manutenção da paz e estabelecer uma força de prontidão de 8.000 efetivos para as missões da paz.

Também gostaria de anunciar que a China oferecerá nos próximos cinco anos, uma assistência militar no valor de US$100 milhões à União Africana para apoiá-la no estabelecimento de uma força permanente de paz e na capacidade de resposta imediata às crises.

Senhor presidente,

Estimados colegas,

Enquanto as Nações Unidas entram em uma nova década, vamos nos unir mais estreitamente para construir, de mãos dadas, uma nova parceria caracterizada pela cooperação de benefício mútuo e uma comunidade de destino comum para a humanidade. E para que não haja mais guerras, desejamos que o ideal de fundir espadas para fabricar arados se enraíze no coração de cada ser humano e que a aspiração pelo desenvolvimento, prosperidade, equidade e justiça se espalhe por todo o mundo!

Obrigado a todos.


责编:宋鹏

  • 路过

新闻热图

海外网评

国家频道精选

新闻排行